A primeira “Super Quarta” do ano promete movimentar os mercados globais com decisões de política monetária nos Estados Unidos, Brasil, Canadá e União Europeia. O Federal Reserve (Fed) realiza sua primeira reunião desde a posse de Donald Trump, e a expectativa é de manutenção da taxa de juros americana no intervalo de 4,25% a 4,5%. No Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom), sob a liderança de Gabriel Galípolo, deve elevar a Selic em 1 ponto percentual, para 13,25% ao ano.
Enquanto o Canadá deve cortar os juros de 3,25% para 3%, o Banco Central Europeu tomará sua decisão amanhã, com o mercado atento a possíveis mudanças em sua política monetária. Além disso, investidores seguem monitorando declarações de Trump sobre o possível aumento de tarifas de importação, fator que pode impactar o comércio global.
Na B3, o Ibovespa caiu 0,65%, fechando em 124.056 pontos, influenciado pelo relatório de produção da Vale, que revelou queda de 10,2% nas vendas de minério de ferro no quarto trimestre. A Petrobras também está no radar do mercado, com a reunião do Conselho de Administração para discutir a política de preços dos combustíveis. A última alteração no diesel ocorreu em dezembro de 2023, enquanto o preço da gasolina permanece inalterado desde julho passado.
O dólar caiu 0,73% ontem, encerrando a R$ 5,8690, sua sétima desvalorização consecutiva e o menor patamar desde novembro. O enfraquecimento da moeda americana reflete expectativas de manutenção dos juros nos EUA e o fluxo positivo de investimentos para emergentes.
No Brasil, a Receita Federal anunciou arrecadação recorde de R$ 2,652 trilhões em 2024, com crescimento real de 9,62%. O dado reforça o debate sobre a política fiscal do país e sua importância para a trajetória da dívida pública nos próximos anos.
Por Thiago Lira
Economista e especialista em análise de dados.