Os mercados globais acompanham de perto os anúncios do recém-empossado presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que têm ditado o ritmo das expectativas econômicas. Entre as declarações recentes, destaca-se a análise de impor uma sobretaxa de 10% sobre produtos chineses, um alívio em relação aos 60% inicialmente previstos. Esse ajuste potencial no pacote de tarifas, previsto para o início de fevereiro, vem alimentando o otimismo dos investidores.
Outro fator de entusiasmo é o apoio declarado de Trump às empresas de inteligência artificial (IA). Em um evento com gigantes da tecnologia, foi anunciado um plano de investimento de US$ 500 bilhões em IA, infraestrutura de data centers e inovação, liderado pela joint venture Stargate, que inclui OpenAI, Oracle e SoftBank. Com isso, a Nvidia superou a Apple em valor de mercado, tornando-se a empresa mais valiosa dos Estados Unidos.
No Brasil, o Ibovespa subiu 0,39%, atingindo 123.338 pontos. A expectativa de tarifas mais brandas contra produtos chineses impulsionou ações de empresas como Usiminas (5,36%) e Braskem (3,57%). Por outro lado, a Vale registrou queda de 0,50%, mesmo com a leve alta do minério de ferro, cotado a US$ 110,05 por tonelada em Dalian.
O petróleo também segue em destaque. O barril de Brent subia 0,74%, enquanto o WTI avançava 0,79%, refletindo maior apetite por risco. O dólar à vista caiu 0,18%, cotado a R$ 6,0302, em meio ao otimismo com as movimentações de mercado e a ausência de medidas protecionistas mais severas.
À medida que Trump redefine prioridades econômicas, os mercados reagem ao equilíbrio entre proteção comercial e estímulo à inovação, reforçando a importância de acompanhar os próximos passos da nova gestão.
Por Thiago Lira – Economista e especialista em análise de dados.