O McDonald’s está no centro de uma investigação sobre um surto de bactéria nos Estados Unidos. O rastreamento feito indica um sanduíche como vilão. Mas por que o Quarterão?
A rede de fast food está ajudando na investigação e retirou o sanduíche do cardápio temporariamente em alguns estados envolvidos no surto de contaminação. Veja por que o Quarterão se tornou um problema para o McDonald’s nos Estados Unidos.
Por que o Quarterão foi contaminado com E. coli? Entenda o caso no McDonald’s
O que é a bactéria E. coli e como ela se propaga
A bactéria Escherichia coli, também conhecida como E. coli, faz parte da microbiota intestinal, que reúne uma série de bactérias intestinais, vírus, fungos e outros microrganismos e ajuda a digerir alimentos, produzir vitaminas e proteger contra germes nocivos.
Assim, a maioria da E. Coli é inofensiva. Entretanto, algumas cepas podem causar problemas, como a E. coli O157:H7, responsável pelo surto envolvendo o McDonald’s nos Estados Unidos e por que o Quarterão foi contaminado.
As bactérias têm características que podem facilitar problemas, como os fatores de virulência, que são a condição que algumas cepas têm a nível de estruturas, produtos e estratégias para aumentar a capacidade de causar uma infecção.
Em relação à E. coli, diarreia, infecção do trato urinário, pneumonia, sepse, entre outras doenças, são sintomas de contaminação. A infecção pode ocorrer por meio de alimentos ou água contaminados, além do contato com animais e pessoas.
O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos é um dos órgãos envolvidos na investigação que tem o McDonald’s como foco e que apura por que o Quarterão é o vilão da história no surto de E. coli nos EUA.
Como ocorre a contaminação de E. coli em alimentos
As principais fontes de infecção da E. coli são: consumo de alimentos contaminados, contato com animais e contatos com humanos. É possível acontecer, por exemplo, quando os excrementos dos animais são utilizados como fertilizantes sem qualquer tratamento prévio.
Em relação a alimentos, carnes mal cozinhadas, principalmente de origem bovina (carne contaminada por E. coli), enchidos curados, sementes de alfafa, alface, sumos de fruta não pasteurizados, queijo curado e leite cru são os principais focos de contaminação.
A investigação nos Estados Unidos sobre E. coli em fast food tem se concentrado em dois ingredientes em sanduíches contaminados no McDonald’s: a cebola fresca em tira e no hambúrguer do Quarterão. Eles foram retirados de circulação enquanto a rede de fast food faz mudanças no fornecimento e as causas da contaminação alimentar são apuradas.
Por que o Quarterão foi o único afetado: possíveis explicações
A carne do Quarterão tem uma medida de peso específica, usada apenas neste sanduíche. Além disso, as cebolas frescas em tiras também se configuram como uma especificidade dele. É isso que explica por que o Quarterão foi o único afetado na contaminação alimentar McDonald’s e não o Big Mac, outro carro-chefe da rede, por exemplo.
O McDonald’s, assim, parou de usar cebolas frescas cortadas em tiras e hambúrgueres de um quarto de libra em vários estados dos EUA. A investigação liderada pelo CDC busca confirmar qual ingrediente específico está contaminado.
Além disso, como aponta o CDC, o McDonald’s está fazendo mudanças no fornecimento. Ou seja, mais uma forma de buscar a origem da contaminação dos ingredientes investigados.
E por que o Quarterão despontou como “vilão”? Pelo rastreio. Dezoito pessoas que ficaram doentes foram entrevistadas e todas apontaram que comeram no McDonald’s, sendo que 12 pessoas que se lembram qual sanduíche consumiram apontaram o Quarterão.
Sendo assim, o Quarterão McDonald’s contaminação é a principal fonte do surto, com as informações preliminares indicando que a cebola e a carne são as prováveis causas do problema.
O caso veio à tona na terça-feira (dia 22), com 49 pessoas infectadas com a cepa de E. coli O157:H7 em 10 estados. Uma pessoa morreu. As doenças começaram a se manifestar em datas que variam de 27 de setembro a 11 de outubro de 2024.
Crianças menores de 5 anos, adultos com 65 anos ou mais, pessoas com sistema imunológico enfraquecido e viajantes internacionais compõem os grupos com maior probabilidade de infecção. Neste caso dos Estados Unidos envolvendo o McDonald’s e a investigação sobre por que o Quarterão provocou o surto, a morte relatada é a de um adulto mais velho, no Colorado.
O surto nos Estados Unidos pode ser ainda maior. Isso porque muitas pessoas se recuperam dos sintomas sem cuidados médicos e, assim, não realizam testes para identificar a infecção por E. Coli.
Por que o Quarterão: fatores de risco e cuidados no preparo de alimentos em fast foods
Como a contaminação de E. coli no McDonald’s mostra, o cuidado com a origem dos alimentos e no preparo deles é fundamental. As redes de fast foods e restaurantes devem adotar boas práticas de manipulação de alimentos.
Neste sentido, a seleção dos alimentos, a lavagem criteriosa de frutas e vegetais e o cozimento adequado (para evitar bactérias em carne de hambúrguer) são medidas essenciais para os estabelecimentos.
Outros cuidados também são necessários em relação aos funcionários, com a orientação adequada sobre higiene para manipular os alimentos e também evitar que pessoas com sintomas de diarreia e vômito manipulem os alimentos.
Desta forma, a origem dos alimentos, bem como a manipulação e o preparo deles se configuram como eventuais fatores de risco que podem ocasionar intoxicação alimentar.
O impacto do surto de E. coli no McDonald’s e a segurança alimentar
O caso de E. Coli no Quarterão no McDonald’s nos Estados Unidos acende o sinal de alerta sobre a segurança alimentar em redes de fast food (ingredientes frescos vs congelados McDonald’s) e também sobre a responsabilidade de adotar práticas de fiscalização e controle para evitar episódios de intoxicação.
A gigante da rede de fast foods vem auxiliando com a investigação sobre por que o Quarterão é a causa do surto da bactéria e lida com impactos também na área financeira. As ações do McDonald’s caíram mais de 5%, o que significou uma perda de 11 bilhões de dólares (R$ 62,8 bilhões) em valor de mercado.
Presidente do McDonald’s, Joe Erlinger deu entrevista a um programa da “NBC” na tentativa de tranquilizar os consumidores. Ele apontou a rapidez para retirar o Quarterão do cardápio e afirmou que os clientes podem consumir os lanches com confiança.
– Se houver um produto contaminado em nossa cadeia de suprimentos, é muito provável que ele já tenha sido eliminado dela – declarou.
Como evitar a contaminação de E. coli em casa e em restaurantes
Como se prevenir de uma intoxicação alimentar por E.Coli? Com o devido cuidado em relação à higiene pessoal e com os alimentos, além da água potável.
Manter as mãos limpas é uma das melhores maneiras de prevenção da E. coli. É necessário lavá-las bem e corretamente. É uma forma de se proteger e também de proteger outras pessoas.
O cuidado com os alimentos é essencial, inclusive com o ambiente. O CDC aponta quatro “etapas” para prevenir intoxicação alimentar: limpar, separar, cozinhar e resfriar.
A limpeza envolve principalmente as mãos (lavá-las com sabão antes, durante e depois de preparar os alimentos e antes de comer), os utensílios e as frutas e vegetais frescos. Já separar os alimentos (manter carne crua, aves, frutos do mar e ovos separados de outros alimentos na geladeira) é uma forma de evitar contaminação alimentar cruzada.
O cozimento também é fundamental – com a temperatura alta o suficiente para matar os germes que podem causar doenças. Termômetros de alimentos são aliados para ajudar nesta questão.
O outro ponto diz respeito a resfriar rapidamente os alimentos, o que significa guardá-los na geladeira imediatamente. As bactérias podem se multiplicar rapidamente em alimentos deixados em temperatura ambiente. Assim, esse cuidado é mais um ponto de prevenção.
Essas medidas valem para o dia a dia em casa e também dos restaurantes. Também é preciso ficar de olho nos locais escolhidos para comer fora: a higiene do ambiente, a aparência e o gosto dos alimentos. Pesquisar sobre o local é sempre indicado para evitar possíveis surpresas, como riscos de E. Coli em lanches.