As quatro reféns libertadas pelo Hamas no último sábado, como parte do acordo de cessar-fogo, tiveram que passar por uma última “prova” antes de voltar para Israel: participar de uma encenação que incluiu até mesmo um palco, sobre o qualelas tiveram que acenar e sorrir para uma multidão à sua frente.Assim como as três reféns retornadas na semana passada, as quais foram exibidas como em um desfile pelas ruas de Gaza, Naamá Levy, Daniela Gilboa, Liri Albag e Karina Ariev receberam um “certificado de libertação” assinado pelo Hamas e pela Cruz Vermelha. Tudo devidamente filmado por cinegrafistas do Hamas.
As quatro moças, com idades entre 19 e 20 anos, haviam chegado três dias antes de seu sequestro à base militar de Nahal Oz para iniciar seu serviço militar na função de observadoras de fronteira. O local, que fica a menos de um quilômetro da divisa com Gaza, foi invadido por mais de 100 terroristas no dia 7.10.23. Das 22 soldadas presentes, 15 foram mortas no local e 7 foram sequestradas. Ori Magidish foi resgatada pelo exército israelense e Noa Marciano, levada com vida, foi assassinada em Gaza e seu corpo, encontrado por soldados israelenses em um hospital. Agora espera-se que a quinta observadora sequestrada, Agam Berger, seja libertada no próximo sábado.
Experts em terror psicológico e fake news
Em novembro de 2023, o porta-voz do Hamas havia informado que uma das reféns libertadas nesse sábado, Daniela, fora morta em um bombardeio israelense – o que só foi desmentido no próprio dia de sua libertação. Todas as famílias das reféns permaneceram meses a fio sem nenhuma notícia do destino das quatro. Esse é, aliás, o padrão do Hamas: mesmo hoje, com o acordo de cessar-fogo em andamento, as famílias dos demais 90 sequestrados ainda mantidos em Gaza não sabem se os seus estão vivos ou mortos. Vários vídeos com imagens de reféns visivelmente doentes e emaciados foram divulgados ao longo dos meses. Cada um deles provocou, com razão, uma enorme convulsão dentro da sociedade local.
Ao longo dos 17 anos no comando e sem nunca ter convocado novas eleições, o Hamas transformou o território em uma ditadura terrorista. Desde 2007, provocou uma sequência de guerras com Israel, o qual considera “usurpador das terras palestinas” apesar de o Estado judeu ter sido legitimamente criado pela ONU em 1948. E para obter apoio internacional, o Hamas criou uma indústria de fake news que usa a comoção do mundo externo como arma de guerra – com enorme sucesso. Absolutamente tudo o que o grupo faz e divulga é voltado a influenciar o mundo ocidental, de onde provêm o apoio e a ajuda humanitária que garante sua sobrevivência mesmo em tempos de guerras (conflitos que o próprio Hamas inicia, ano após ano).
A começar pela contagem de civis mortos divulgada pelo “Ministério de Saúde de Gaza”. A mídia internacional divulga o número de 47 mil mortos nesta guerra, sem levar em consideração que: 1. O Hamas não pode ser creditado como fonte; 2. Mesmo que esse número seja real, ele inclui mortes naturais e não relacionadas ao conflito, morte de combatentes do próprio Hamas ou da Jihad Islâmica (estimado pelo Exército de Israel em 20 mil) e também de vítimas dos próprios mísseis falhos disparados a partir de Gaza, que não foram poucos (como os próprios grupos terroristas admitem).
Para corroborar com esses números – e também para confundir o exército israelense –, os combatentes do Hamas lutaram nesta guerra sem uniformes militares. Desde o contra-ataque israelense, eles circularam e combateram vestidos como civis, e só reapareceram uniformizados nas últimas semanas, durante as encenações de entrega dos reféns e, claro, enquanto está em vigência o cessar-fogo.
As encenações de tragédias são outra ferramenta largamente utilizada pelo Hamas, e essa estratégia ganhou até um nome jocoso: Pallywood (mistura de Palestina com Hollywood). Esse é um dos vídeos mais recentes que viralizou mundo afora (https://youtube.com/shorts/EmSZs4-oApM?si=XYgccogLoXbqnMF2).
Já aqui, é possível ver um dos atores palestinos mais atuantes na atual guerra – até ser desmascarado nas mídias sociais.