Nesta sexta-feira, os mercados se voltam para a divulgação do IPCA-15 de janeiro, com expectativa de deflação de 0,02% ou estabilidade, impulsionada pela redução nos preços da energia elétrica. Em dezembro, o indicador registrou alta de 0,34%. O Relatório Focus do Banco Central revisou a projeção para o IPCA de 5% para 5,08%, refletindo cautela diante de pressões inflacionárias.
No Brasil, a redução dos preços dos alimentos está no centro das discussões econômicas. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, descartou subsídios, mas destacou que a safra recorde e a desvalorização do dólar devem contribuir para a queda desses custos, especialmente após os aumentos acentuados registrados em 2024 devido a problemas climáticos.
Nos Estados Unidos, o mercado aguarda a prévia dos índices PMI (industrial, de serviços e composto), que podem indicar o ritmo da economia americana e os níveis de pressão inflacionária. O presidente Donald Trump, em discurso no Fórum de Davos, afirmou que pedirá à Opep e à Arábia Saudita para reduzir o preço do petróleo, uma tentativa de controlar a inflação. O barril de Brent subia 0,57%, enquanto o WTI avançava 0,56% pela manhã.
O dólar teve sua quarta queda consecutiva, encerrando em R$ 5,9255, refletindo a ausência de anúncios formais de sobretaxas de Trump. Contudo, o Ibovespa recuou 0,40%, para 122.483 pontos, pressionado pela fala do presidente americano sobre a redução do preço do petróleo, que impactou negativamente os papéis da Petrobras, com quedas de 0,70% nas ações preferenciais e 0,92% nas ordinárias.
Nos EUA, as bolsas subiram após Trump afirmar que pedirá ao Federal Reserve a redução imediata dos juros. O S&P 500 alcançou um recorde histórico, reforçando o otimismo dos investidores.
Por Thiago Lira
Economista e especialista em análise de dados.