‘Batalha longa, dura e assimétrica’: a reação da diplomacia de Lula ao discurso de posse de Trump


Avaliação é que novo presidente dos Estados Unidos vai buscar remodelagem da extrema direita iniciando teste de influência pelas eleições na Europa Trump assina decretos
Jim WATSON / POOL / AFP
“Esse sentimento de perplexidade é um pouco do que a gente compartilha aqui”, diz um integrante do gabinete de avaliação de cenário internacional de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “Trump vai tentar remodelar a extrema direita. Vai ser uma batalha longa, dura e assimétrica.”
Na avaliação da diplomacia profissional do Brasil, esse alinhamento entre o presidente americano e os bilionários das big techs apontam para um teste de força de democracias mundo afora, a começar pela Europa.
O primeiro alvo seria a Alemanha, que tem eleições marcadas para fevereiro, em meio a uma crise no gabinete de Olaf Scholz. Elon Musk, agora funcionário do governo americano, já manifestou suporte à candidata da extrema direita no país.
França também estaria no alvo. Na América Latina, no curto prazo, o Chile. Aqui no Brasil, claro, também haverá investimento para robustecer as veias da extrema direita, aposta a diplomacia de Lula. “A primeira rota de colisão vai ser com as redes sociais mesmo”, avalia a fonte.
O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva concede entrevista coletiva para discutir o G20, à margem da 79ª Sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, na cidade de Nova York, nos Estados Unidos, nesta quarta-feira, 25 de setembro de 2024.
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O governo do Brasil, discretamente, já busca formas, por exemplo, de diminuir sua dependência da Starlink, empresa de Musk, no fornecimento de conexão nos rincões do país.
Um fator determinante para os rumos da geopolítica é o comportamento da China. Ainda não está claro qual será o grau prático de animosidade do governo americano com o país. O Brasil, este ano, sedia a reunião de cúpula do Brics, grupo que congrega Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, entre outras nações.
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