Na noite desta quarta-feira (15), quatorze moradores da zona Leste de Porto Velho foram baleados e seis morreram. De acordo com testemunhas, os suspeitos passaram atirando dentro de um carro branco. Facções destroem 25 ônibus coletivos e de transporte escolar em RO
Há três dias Rondônia enfrenta uma onda de violência gerada por uma “guerra” entre agentes de segurança e o Comando Vermelho. Os embates resultaram em prisões, mortes e prejuízos materiais, incluindo a queima de mais de 20 ônibus e outros veículos.
Na noite desta quarta-feira (15), quatorze moradores da zona Leste de Porto Velho foram baleados e seis morreram. Grande parte das vítimas eram pedestres e pessoas que circulavam pelas ruas da cidade.
Fábio, vítima
Reprodução
De acordo com testemunhas, os suspeitos passaram atirando dentro de um carro branco. Uma das vítimas foi identificada como Fábio. Segundo a família, ele trabalhava como pedreiro e nunca se envolveu com o crime.
“Fábio era uma pessoa de bem, trabalhador, pai de família, nunca fez nada de errado. Infelizmente ele estava no local errado”, disse o irmão da vítima.
O pedreiro estava em um estabelecimento comercial no momento do crime. Um idoso, de 83 anos, também foi baleado de raspão durante o ataque, mas sofreu apenas ferimentos leves. Em entrevista à Rede Amazônica, ele contou como o crime aconteceu.
“Chegou dois rapazes de máscara e tinha quatro pessoas bebendo. Ele chegou já deu dois tiros, mandou dois rapazes que estavam aqui sair fora e abordou os outros. Quando ele deu o tiro, o tiro bateu aqui, pegou no meu braço. Quando eu senti que estava saindo sangue, eu saí”, disse o comerciante.
Segundo a polícia, os ataques são retaliações às operações realizadas na segunda-feira (13) contra crimes no residencial Orgulho do Madeira, área dominada pela facção localizada na zona Leste da capital de Rondônia. No local, vivem cerca de 15 mil pessoas.
As operações foram intensificadas após a polícia entrar no residencial com o objetivo de combater a organização criminosa. No entanto, em meio aos conflitos, alguns moradores denunciam a truculência da polícia.
“A gente que é trabalhador fica complicado, porque a gente é abordado na entrada e na saída. E fora os apartamentos também, qualquer hora eles podem bater e tem uns que agem normal, são educados e já tem outros que não”, disse uma moradora.
Ao g1, o subcomandante da Polícia Militar, Glauber Souto, informou que, desde o início, o trabalho da PM tem sido feito dentro da legalidade. Além disso, o subcomandante informou que caso a população se sinta ofendida, pode registrar denúncias através da Corregidoria da Polícia Militar, do Ministério Público, ou da Polícia Civil.
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