Cerca de 55% dos residentes em Pernambuco se consideram pardos e 10% se declaram pretos. Cidades mais proporcionalmente negras ficam no Sertão. Imagem de arquivo mostra movimentação de pessoas no Centro do Recife
Lidianne Andrade/Myphoto Press/Estadão Conteúdo
Pessoas negras compõem mais de 65% da população de Pernambuco. Isso é o que mostram novos dados do Censo 2022, divulgados nesta sexta-feira (22) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). As cidades com maiores percentuais de negros são Santa Maria da Boa Vista e Verdejante, no Sertão, com 85,7% e 82,9% (veja ranking mais abaixo).
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Para o IBGE, as pessoas negras são aquelas que se autodeclaram pretas ou pardas. No entanto, a metodologia utilizada no Censo 2022 não considera a nomenclatura “negro” e apresenta dados específicos de pretos e pardos. Pernambuco tem 5.006.802 residentes pardos, o que equivale a 55,3% da população estadual, e 909.557 pretos, representando 10%.
Os demais pernambucanos estão divididos entre brancos, indígenas e amarelos. São 3.043.916 residentes brancos no estado, o segundo grupo étnico mais volumoso representando 33,6% da população.
Os indígenas compõem 0,9% da população, com 106.646 pessoas, e os amarelos 0,1%, com 13.225 representantes.
Censo 2022
Dados do Censo 2022 divulgados nesta sexta-feira (21) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que o número de brasileiros que se declaram pardos é maior do que o de brancos pela primeira vez desde o início da série histórica, iniciada em 1991.
A população preta também cresceu, assim como os indígenas. Enquanto aqueles que se identificam como brancos voltaram a cair, seguindo a tendência dos últimos anos. Já o percentual de amarelos caiu em relação ao Censo de 2010, mas voltou ao mesmo patamar de 30 anos atrás.
As cidades com maior percentual de pessoas negras, autodeclaradas pretas ou pardas, são as seguintes:
Santa Maria da Boa Vista: 85,7%
Verdejante: 82,9%
Manari: 80,8%
Granito: 80,7%
Orocó: 80,6%
Belém do São Francisco: 79,6%
Itapissuma: 79,5%
Itaquitinga: 79,4%
Araçoiaba: 78,8%
Bodocó: 78,5%
As cidades com maior proporção de pessoas autodecladas brancas são as seguintes:
Frei Miguelinho: 54,3%
Solidão: 53,4%
Sairé: 49,5%
Riacho das Almas: 49%
Bezerros: 48,9%
Gravatá: 47,3%
Taquaritinga do Norte: 47,2%
São Joaquim do Monte: 47%
Camocim de São Félix: 46,1%
Surubim: 46%
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Embora não esteja entre as cidades com maior proporção de pessoas negras, esse grupo étnico também se destaca na capital pernambucana. Em números absolutos, o Recife possui a 6ª maior população preta entre as cidades do país.
Dos 1.488.920 habitantes do recife, 182.546 se declaram pretos, o que equivale a 12,3% da população recifense.
A cidade também ocupa a 9ª colocação em número de pardos, com 722.555 pessoas (48,5% da população). Há 578.413 autodeclarados brancos (38,8%), 2.703 amarelos (0,2%) e 2.656 indígenas (0,2%). Além disso, 47 pessoas tiveram cor/raça ignorada.
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Mudança no cenário entre 2010 e 2022
Levando em consideração o Censo de 2010, as maiores mudanças na composição racial do estado foram percebidas entre as pessoas amarelas, indígenas e pretas.
A população amarela encolheu 83,9%, enquanto indígenas aumentaram em 74,8% e pretos, 59,3%.
Uma mudança na metodologia de coleta de dados do IBGE pode explicar a redução drástica na população amarela do estado. Segundo o Instituto, ao questionar a raça do indivíduo, eram apresentadas as opções branca, preta, amarela, parda ou indígena.
Para o levantamento de 2022, caso o informante se declarasse como amarelo, o recenseador lia uma mensagem de confirmação, explicando que a classificação era destinada a pessoas de origem oriental, como japonesa, chinesa ou coreana.
Ainda segundo o IBGE, durante o período de testes da metodologia de coleta de dados, 49,3% das pessoas confirmavam a escolha pela raça amarela após a leitura da definição de parda e 23,2% após a leitura da definição de amarela.
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