Padre Airton passa por cirurgia cardíaca de quatro horas e se recupera na UTI


Procedimento foi feito no Real Hospital Português, no Centro do Recife. Ele está preso e é réu em dois inquéritos sobre estupro e outros crimes sexuais contra fiéis. Padre Airton em imagem de arquivo
Reprodução/TV Globo
O Padre Airton Freire passou por uma cirurgia para troca de uma válvula da artéria aorta, que sai diretamente do coração. De acordo com os advogados do religioso, o procedimento durou quatro horas e foi feito no Real Hospital Português, no Centro do Recife. Ele está preso preventivamente e é réu em dois inquéritos sobre estupro e outros crimes sexuais contra fiéis.
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Padre Airton, que tem 67 anos, está internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Português desde o dia 23 de julho, sob custódia policial.
A cirurgia, segundo os advogados, foi feita na segunda-feira (14) pelos médicos Fernando Moraes, Eduardo Pessoa de Melo, Eugênio Albuquerque e Marcos Magalhães.
A artéria aorta, maior vaso do corpo humano, sai diretamente do coração e desce paralelamente à coluna vertebral, distribuindo o sangue oxigenado aos órgãos do corpo. Por sair diretamente do coração, suas paredes estão submetidas a pressões muito altas.
Os advogados afirmaram, ainda, que ele “ainda precisa de cuidados e correria riscos sérios de saúde se voltasse ao ambiente prisional”.
Por isso, segundo a defesa, a prisão preventiva é “injusta” e os advogados trabalham “para que a medida seja revertida em habeas corpus a ser julgado pela Justiça estadual”. Atualmente, as visitas ao padre são restritas aos advogados e à equipe médica.
Veja cronologia dos fatos desde a primeira denúncia de estupro até a prisão e internação
Relembre o caso
Em maio de 2023, a personal stylist Silvia Tavares veio a público denunciar ter sido estuprada pelo motorista Jailson Leonardo da Silva, de 46 anos, a mando do Padre Airton, que, segundo ela, se masturbava vendo o abuso. O crime teria acontecido em 18 de agosto de 2022.
A igreja suspendeu Padre Airton das atividades religiosas. Padre Airton também pediu afastamento da presidência da Fundação Terra e disse que as acusações são falsas.
O motorista Jailson Leonardo da Silva se disse inocente, alvo de “denúncias fantasiosas”.
No mês de julho, o Padre Airton foi preso preventivamente em Arcoverde.
O Ministério Público, então, informou que havia cinco inquéritos abertos e que outras vítimas além de Silvia Tavares tinham sido identificadas.
Uma das vítimas é um ex-funcionário do padre, que afirmou ter sido dopado e acordado só de cueca numa cadeira. Ele também disse que os abusos eram frequentes.
Uma terceira pessoa que denunciou o padre foi uma mulher que diz ter sido vítima um ano e meio antes da violência relatada por Silvia Tavares. Ela afirmou que conseguiu escapar. ‘Toda vez que eu olho para um padre, vejo Padre Airton se masturbando’, disse.
Silvia Tavares disse que, depois da denúncia, começou a receber ameaças de morte de seguidores de Padre Airton.
Em 26 de julho julho, a Polícia Civil indiciou o padre e mais três pessoas e concluiu dois inquéritos sobre o caso.
No dia seguinte, uma das pessoas indiciadas, Landelino Rodrigues da Costa Filho, foi preso em Garanhuns, no Agreste. Landelino estava foragido. Ele era responsável pela filmagem e gravação das missas e dos eventos com o religioso.
Em 28 de julho, o Ministério Público informou que ofereceu denúncias à Justiça nos dois inquéritos concluídos sobre crimes sexuais.
No início de agosto, a Justiça aceitou as denúncias e, com isso, Padre Airton e os três funcionários viraram réus.
A defesa do padre disse que protocolou um pedido de investigação por fraude processual contra Sílvia Tavares, que, segundo os advogados, apagou mensagens e manipulou provas.
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