
Elon Musk anunciou que está deixando seu cargo como líder da força-tarefa de corte de gastos do governo de Donald Trump, função que ocupava desde o início de 2025 no Departamento de Eficiência do Governo, apelidado de “Doge”.
Em publicação no X, Musk agradeceu a oportunidade ao ex-presidente, afirmando que a iniciativa de reduzir desperdícios se tornaria um “modo de vida no governo”.
As my scheduled time as a Special Government Employee comes to an end, I would like to thank President @realDonaldTrump for the opportunity to reduce wasteful spending.
The @DOGE mission will only strengthen over time as it becomes a way of life throughout the government.
— Elon Musk (@elonmusk) May 29, 2025
Um oficial da Casa Branca havia informado ao site Semafor que o desligamento de Musk como “funcionário especial do governo” começaria na quinta-feira (28), após ele completar seu limite legal de 130 dias anuais no cargo, contados desde a posse de Trump em 20 de janeiro.
Críticas ao projeto de Trump
O desligamento surge logo após Musk criticar publicamente o projeto de lei apelidado por Trump de “grande e lindo”, aprovado na Câmara dos Representantes na semana passada.
Em entrevista ao canal CBS, Musk declarou estar “decepcionado” com o plano, que prevê reduções de impostos de trilhões de dólares e aumento de gastos militares.
Ele argumentou que a proposta “aumenta o déficit orçamentário, não o reduz” e “mina o trabalho da equipe Doge”.
Sobre o apelido dado por Trump, Musk ironizou: “Acho que um projeto pode ser grande ou bonito. Não sei se pode ser ambos”.
A legislação, que segue para o Senado, pode elevar o déficit dos EUA em US$ 600 bilhões (cerca de R$ 3,12 trilhões, na cotação atual) no próximo ano fiscal, além de propor elevar o teto da dívida pública para US$ 4 trilhões (R$ 20,8 trilhões), segundo a BBC.
Contexto da atuação e desgaste
A saída de Musk ocorre após ele doar mais de US$ 250 milhões (R$ 1,3 bilhão) para a reeleição de Trump em 2024.
Como líder do Doge, ele prometeu cortar US$ 1 trilhão em gastos, cancelando contratos e reduzindo servidores públicos.
O site do departamento afirma ter economizado US$ 175 bilhões (R$ 910 bilhões), mas uma análise da BBC aponta falta de evidências sólidas para esse valor.
As medidas controversas de Musk, como cortes em ajuda externa e demissões em massa, geraram protestos e queda nas vendas da Tesla.
Na CBS, ele defendeu: “Fiz o que precisava ser feito”.