
Os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), devem comunicar ao ministro da Fazenda Fernando Haddad em reunião na noite desta quarta-feira (28) que, se não receberem uma proposta alternativa, a tendência é de que o Congresso derrube o decreto que aumentou o Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF.)
Hugo Motta e David Alcolumbre
Fátima Meira/Enquadrar/Estadão Conteúdo; Edilson Rodrigues/Agência Senado
A reunião, que acontecerá na Residência Oficial do Senado, vai incluir líderes do governo nas duas Casas e a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann.
O ambiente político no Congresso é hostil ao aumento do imposto feito pelo governo. Segundo parlamentares ouvidos pelo blog, caso uma das propostas para derrubada do decreto vá a votação nos plenários, o governo será derrotado.
Por conta disso, a percepção – inclusive dentro do próprio governo – é de que é melhor buscar uma solução negociada do que sofrer uma derrota em votações no Congresso Nacional.
Diante de pressão para revogar alta do IOF, Fazenda admite que vai se ‘debruçar sobre alternativas’
Pressão dos setores produtivo e financeiro
Pela manhã, o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, já havia admitido que a equipe econômica vai se “debruçar sobre alternativas” que possam substituir o aumento do imposto.
A declaração foi dada após reunião com o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, e com os dirigentes dos maiores bancos privados do país no Ministério da Fazenda.
A avaliação do setor financeiro, segundo Sidney, é de que o equilíbrio das contas públicas, buscado pelo governo por meio do aumento de tributos, “não deve vir de aumento de impostos, sobretudo regulatórios [como o IOF]”.