
Khelvyn Barbosa da Silva desapareceu em 2 de março, e o carro em que ele estava foi encontrado incendiado na Zona Noroeste de Santos. Um outro suspeito de participar do sequestro teve a prisão temporária decretada, mas segue foragido. Polícia prende suspeito envolvido em sumiço de ex-PM que teve o carro incendiado no litoral de SP
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Um homem foi preso pela Polícia Civil suspeito de participar do desaparecimento do ex-policial militar Khelvyn Barbosa da Silva, que sumiu em 2 de março, mesma data em que teve o carro encontrado incendiado em Santos, no litoral de São Paulo. A detenção foi realizada por agentes da Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic) de Santos, unidade que apura o caso.
O suspeito foi detido na última quinta-feira (27), durante uma operação conjunta com o apoio do Grupo de Operações Especiais (GOE), e permanece preso por ordem judicial, que acatou o pedido de prisão temporária.
Conforme apurado pelo g1, o homem teria informado a um grupo de criminosos sobre a identidade de Khelvyn, revelando que ele era ex-PM, o que teria levado à vítima para um “tribunal do crime”.
Além do homem preso, um outro suspeito, acusado de incendiar o carro de Khelvyn, teve sua prisão decretada e permanece foragido.
O g1 solicitou informações sobre o caso à Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP), mas não teve retorno até a última atualização da reportagem.
Sumiço
Carro em que estava ex-policial militar foi encontrado incendiado na Zona Noroeste de Santos, SP
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O ex-soldado da PM desapareceu na madrugada de 2 de março, na Zona Noroeste de Santos (SP). O carro dele foi encontrado incendiado na manhã do mesmo dia, na Avenida Jornalista Armando Gomes, com dois recipientes de combustíveis próximos.
Conforme registrado em boletim de ocorrência, o ex-PM havia saído com um grupo de amigos para um bar na Zona Noroeste de Santos, onde permaneceu até às 4h30 da manhã. A partir deste horário, de acordo com testemunhas, ele deixou o local junto com um conhecido.
A Polícia Civil apurou que a dupla se dirigiu até a praça Manoel Joaquim Lopes, no Rádio Clube, onde Khelvyn estacionou o carro para que o passageiro comprasse entorpecentes num ponto de venda de drogas. Ao retornar, porém, o homem contou que Khelvyn não estava mais lá.
Dali, ele partiu a pé para a padaria onde trabalha e permaneceu por algum tempo. Em seguida, ele retornou à mesma Praça e foi abordado por um grupo de suspeitos armados, que questionaram a sua ligação com o ex-militar, e o mantiveram em cárcere.
O homem ainda disse que foi liberado pelos suspeitos após aproximadamente 12 horas, na noite de domingo (2), quando soube do desaparecimento de Khelvyn. Ao g1, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que a Polícia Civil investiga o caso.
Denúncia de sequestro
De acordo com a Polícia Militar (PM), a corporação recebeu uma denúncia de sequestro via 190 naquela manhã, por volta das 9h30, logo após localizar o carro incendiado. Testemunhas disseram que dois homens estavam amarrados pela comunidade do Mangue Seco, em possível “tribunal do crime”.
Os policiais, com apoio das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), Força Tática e uma equipe do helicóptero Águia, chegaram a fazer uma incursão na comunidade do Mangue Seco, mas não localizaram as vítimas.
Assim que os pelotões retornaram, porém, uma moradora de rua foi abordada pelo local e assumiu ter incendiado o veículo a mando de um dos criminosos da comunidade.
Ex-PM já foi preso
Cerca de um ano após deixar a corporação, em julho de 2024, o ex-PM foi preso por dirigir um carro que escondia um fuzil calibre 5.56 —uso restrito— e 61 munições. O passageiro, um homem de 37 anos, também foi preso em flagrante na ocasião.
Khelvyn Barbosa da Silva foi preso com fuzil escondido em julho de 2024, em Santos
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De acordo com o boletim de ocorrência, o carro do ex-militar foi abordado após se envolver em um acidente de trânsito. A dupla disse à polícia que estava saindo de uma festa no Morro da Nova Cintra, e negaram ter conhecimento da arma, encontrada debaixo do banco traseiro.
À Justiça, posteriormente, o passageiro do veículo contou que encontrou a arma enterrada nos arredores da festa e a colocou no carro de Khelvyn sem que ele soubesse. O homem disse, ainda, pensar se tratar de uma arma de airsoft.
A juíza, no entanto, ressaltou que o réu foi policial militar e possui histórico de envolvimento com armas, respondendo a processos por disparos de arma de fogo. “Não pode ser crível que o mesmo não soubesse da existência de uma arma de fogo no interior de seu veículo”, afirma.
Khelvyn foi condenado, em 1ª instância, a três anos de prisão em regime aberto, que foi substituído por prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas e limitação de fim de semana, pelo prazo de três anos. Ele deixou a cadeia em novembro de 2024.
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