

Corrida “Noivas em Fuga”, realizada na Letônia em 2013 – Foto: Reprodução/ND
A Letônia, um pequeno país localizado no leste europeu, enfrenta um desafio demográfico que afeta diretamente suas mulheres heterossexuais. Com uma população majoritariamente feminina, o desequilíbrio de gênero tem impacto na vida social e emocional das letãs, tornando a busca por um parceiro cada vez mais difícil.
Letônia tem mais mulheres do que homens
Segundo o Banco Mundial, em 2023, as mulheres representavam 53,68% da população do país, enquanto os homens eram apenas 46,32%. Essa diferença não é apenas um dado estatístico, mas uma realidade que preocupa muitas letãs.
O sociólogo Baiba Bela explicou à BBC que a Letônia tem “a maior desproporção entre homens e mulheres”, com uma taxa de 84 homens para cada 100 mulheres.

País fica no leste europeu – Foto: Reprodução/ND
Os homens vivem menos
Além da diferença numérica, a expectativa de vida masculina é significativamente menor. Em 2022, os homens viviam, em média, 70,1 anos, enquanto as mulheres chegavam a 79,9 anos.
Essa disparidade de 9,8 anos se deve, em parte, às altas taxas de mortalidade masculina entre 30 e 40 anos, impulsionadas por fatores como acidentes, alcoolismo e riscos ocupacionais. Segundo Baiba Bela, a taxa de mortalidade entre os homens nessa faixa etária é “três vezes maior que a das mulheres”.
Guerra interferiu no contexto social
A história da Letônia também contribuiu para essa realidade. Durante a Segunda Guerra Mundial, o país sofreu uma grande perda de sua população masculina, deixando marcas demográficas até hoje.
Além disso, muitas mulheres letãs emigraram em busca de melhores oportunidades, aumentando ainda mais a disparidade. Como consequência, muitas delas buscam parceiros no exterior.

Letônia tem menos de 2 milhões de habitantes. Apenas São Paulo, no Brasil, tem 11 milhões – Foto: Reprodução/ND
Altura e inteligência podem intimidar
Outro fator curioso é a altura das mulheres letãs: elas estão entre as mais altas do mundo, com média de 1,70 m. Embora esse não seja o único fator que influencia relacionamentos, algumas mulheres acreditam que a altura pode ser uma barreira em suas interações sociais e afetivas.
Além das questões sociais, o impacto econômico também é significativo. As mulheres dominam o ensino superior no país, representando 60% das matrículas no ano acadêmico de 2022-2023.
Apesar do alto nível educacional, muitas ainda enfrentam dificuldades na vida pessoal, evidenciando uma desconexão entre as oportunidades profissionais e os desafios sociais que persistem na Letônia.