
A partida entre Juventude e América-MG, que marcou a estreia do Campeonato Brasileiro Feminino, neste domingo (23), ficou manchada por uma acusação de assédio cometida pelo assistente de arbitragem Claiton Timm contra as jogadoras do time mineiro. Após o caso, a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) afastou o árbitro e investiga o caso.
Após o fim da partida, as atletas foram até a delegacia local e registraram um boletim de ocorrência contra Claitom Tim.
Entenda o caso de assédio contra jogadoras do América-MG

Primeira partida do Campeonato Brasileiro Feminino aconteceu em Bento Gonçalves (RS)- Foto: Divulgação/ECJ/ND
Foi antes do apito inicial da partida que as atletas do América-MG teriam ouvido o assistente proferir palavras e piadas de cunho sexual.
De acordo com o jornal O Tempo, algumas das jogadoras relataram terem escutado o árbitro comentar por meio de um rádio comunicador que pegaria o contato das jogadoras “porque elas estavam lisinhas”.
Além disso, uma das atletas ainda teria presenciado Claiton insinuar que uma jogadora do Juventude estava grávida desde o ano passado após ela sofrer com náuseas e vômito durante o confronto. O árbitro ainda não se pronunciou sobre as acusações.
CBF afasta o árbitro e apura o caso

Claiton Timm, é membro da Federação Gaúcha de Arbitragem e é acusado de assédio contra jogadoras do América-MG – Foto: Reprodução/ND
Em nota, a CBF comunicou o afastamento de Claiton Timm e apura as acusações de assédio relatadas pelas jogadoras do clube mineiro.
“A Comissão de Arbitragem da CBF informa o afastamento do assistente de arbitragem Claiton Tim, da Federação Gaúcha de Futebol, até o final da apuração da denúncia de assédio feita pelas atletas do América-MG na partida contra o Juventude, pela primeira rodada do Brasileirão Feminino A1”, escreveu a entidade.
“Caso seja considerado culpado, o assistente será banido da arbitragem. A CBF irá solicitar também ao STJD e às autoridades policiais uma investigação rigorosa do caso. A CBF reafirma seu compromisso no combate ao assédio e também contra todo tipo de preconceito no futebol”, completa.
América-MG se pronuncia sobre a situação envolvendo as jogadoras do time mineiro

Primeira partida do Campeonato Brasileiro Feminino terminou empatada em 1 a 1 – Foto: Divulgação/Nathan Bizotto/ECJ/ND
Além da CBF, o time mineiro repudiou o caso de assédio contra as jogadoras do América e saiu em defesa das atletas.
Veja a nota na íntegra:
O América Futebol Clube vem a público manifestar seu profundo repúdio e indignação diante de um episódio repugnante ocorrido neste sábado (22), na estreia da equipe no Campeonato Brasileiro Feminino.
Após a partida contra o Juventude, em Bento Gonçalves, atletas de nossa equipe registraram um boletim de ocorrência e prestaram queixa em uma delegacia da cidade contra um dos árbitros auxiliares do jogo. Antes do início da partida, através do rádio comunicador, entre seus pares de profissão, o profissional proferiu palavras e piadas de cunho sexual, se referindo às nossas atletas, em um comportamento absolutamente inaceitável e que configura grave ofensa.
O Clube confia que as autoridades competentes atuarão com rigor na apuração dos fatos e na aplicação das sanções ao agressor. Na próxima segunda-feira (24), enviaremos um ofício à CBF, relatando o ocorrido e colocando-se à disposição para colaborar com as investigações e com a implementação de medidas que previnam a reincidência de casos como este.
O América Futebol Clube reafirma seu compromisso com a promoção de um ambiente esportivo respeitoso e livre de qualquer forma de violência ou discriminação.