
É fato que doces podem ser um desafio para quem busca uma alimentação mais saudável e a perda de peso. O que nutricionistas alertam é que algumas dessas sobremesas não têm açúcar, mas conseguem ser mais calóricas do que opções de doces comuns. Sobremesas virais em versões fit
Reprodução/TikTok
Uma sobremesa sem ovo, sem açúcar e com baixa caloria. Esses são os títulos de alguns dos vídeos que estão viralizando nas redes sociais com as promessas de “doces fitness”. Mas será que são mesmo? Nutricionistas ouvidos pelo g1 explicam que não é bem assim e que sobremesas, de forma isolada, não são as vilãs das dietas.
Para tentar saciar a vontade de comer um doce, mas continuar na dieta, influenciadores vem compartilhando receitas de “versões fitness” de doces. Os vídeos prometem versões fitness de brigadeiro, bolo, pavê e brownie.
A maioria traz substituições com whey protein como ingrediente principal, cacau em pó no lugar do chocolate e adoçantes. Quem compartilha essas receitas afirma que elas são mais saudáveis e podem ser consumidas à vontade e “sem culpa”.
Eles são mesmo mais saudáveis e menos calóricos?
Pudim de leite em versão fitness
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Na análise nutricional temos:
Porção de pudim fitness: 322 calorias e 34,7 gramas de proteína.
Porção de pudim de leite: 356 calorias e 17 gramas de proteína.
Receita de brownie “fitness”
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O doce tem 203 calorias, com 9,5 gramas de gordura e 22,5 gramas de carboidratos.
O que os nutricionistas explicam é que mesmo sem açúcar e sem ovo, ele tem mais caloria e carboidrato do que se uma pessoa decidisse comer como sobremesa um bombom, um pedaço de bolo comum e até uma barra de chocolate com 30 gramas.
“As pessoas não estão fazendo a conta na hora de escolhas como essas. É muito melhor comer uma porção de chocolate quando tem a vontade de um doce do que substituir por receitas assim”, explica Ronaldo Ortiz, nutricionista especialista em emagrecimento.
“Não basta ter muita proteína para um alimento ser saudável. É preciso olhar a qualidade nutricional e o contexto alimentar. (…) Os vídeos mostram doces como opções de lanche e pré-treino, mas sobremesas são para ‘fechar’ uma refeição. Por que estamos procurando tantos alimentos doces na nossa dieta?”, questiona Marina Nogueira, nutricionista especialista em comportamento alimentar.
A nutricionista funcional Gisele Haiek reforça ainda o alerta para as quantidades. Muitos desses vídeos afirmam que é possível comer esses doces “à vontade”, mas isso pode ser um erro.
“Não se deve comer uma quantidade astronômica de determinada sobremesa só porque ela é ‘fitness’. É melhor comer um ou dois brigadeiros”, explica.
E os doces são mesmo os vilões?
O excesso de açúcar está associado a doenças, como obesidade e diabetes. No entanto, o que os nutricionistas explicam é que o problema não é o doce em si, mas o excesso.
“O problema nunca é um alimento isolado, e sim a somatória geral”, afirma Marina Nogueira.
“Se a pessoa quer comer um brigadeiro, ela não vai encontrar na sobremesa com whey o mesmo sabor e pode se frustrar. (…) Além disso, esses vídeos não ensinam a lidar com o problema. Se alguém tem compulsão por doce, por exemplo, precisa entender o que está acontecendo”, explica Gisele Haiek.
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