Enquanto a maioria das pessoas têm cachorros ou gatos frequentando os seus quintais, um colombiano decidiu cuidar de um jacaré. Há 54 anos, Jesús Leonardo Escobar vive em Palmira, cidade de Valle del Cauca, na Colômbia, com Ñata.
O réptil foi uma herança que o pai recebeu e “sem pensar duas vezes”, deixou o animal no pátio para que pudesse viver uma “vida plena”, apesar do cativeiro e de ser um “animal de estimação” pouco convencional.
“Em 1970, o comandante da polícia teve o encargo de entregar ao meu pai aquele animal que vinha numa caixa de papelão. Com o passar do tempo, os espaços foram sendo preparados para ter um espaço bastante amplo, ele tinha cuidado, comida e muito amor”, disse o homem para a RCN Rádio Cali.
Mas essa história teve um desdobramento inesperado. Depois de viver 54 ano no pátio da casa, o jacaré foi descoberto recentemente como animal de estimação pelos funcionários da CVC (Corporação Regional Autônoma do Vale do Cauca).
“Esta manhã surpreenderam-nos com um crocodilo em Palmira numa casa, num pátio. Um animal totalmente desenvolvido de 2,67 metros. Tivemos que recorrer às forças públicas, a vários funcionários, para conseguirmos remover. Por favor, quem pensaria em ter um crocodilo no quintal”, afirmou Marco Antonio Suárez, diretor do CVC.
Jacaré aprendeu a pedir comida
Segundo declarações de Escobar, em 2007 sua vida e de Ñata mudou quando, supostamente, a CVC lhe concedeu autorização para ficar com a guarda do animal. Porém, a lei mudou e esse tipo de licença foi proibido. O jacaré foi levado pela equipe e agora Escobar pede uma garantida de “boa qualidade de vida” ao animal.
“Não estou pedindo que me seja devolvido, porque é impossível. A única coisa que peço ao CVC é que garantam uma boa qualidade de vida a esse animal. Aquele animal é muito humanizado, simplesmente aprendeu até a pedir comida. Para Ñata, os cachorros e eu, – que ela nos via e cheirava todos os dias-, fazemos parte de sua matilha”.
O futuro de Ñata
Dois dias depois do jacaré-agulha ter sido encontrado na casa, a CVC informou que o réptil estava com o estado de saúde delicado. O réptil está com metade do peso ideal, uma massa na mandíbula e dificuldade para movimentar uma das pernas, segundo informou o El País de Cali.
Por não ter convivido com outros répteis e sofrer de diversos problemas de saúde, Ñata não poderá ser reintroduzido em seu habitat natural. Os especialistas recomendam mantê-lo em cativeiro, com mais espaço e uma lagoa que lhe permite regular adequadamente a temperatura.