Presidente sul-coreano destituído permanece em silêncio em sua prisão

O presidente destituído da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, sai das instalações do Gabinete de Investigação da Corrupção em Gwacheon, ao sul de Seul, em 15 de janeiro de 2025JUNG YEON-JE

JUNG YEON-JE

O presidente destituído da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, recusou-se novamente nesta sexta-feira (17) a depor perante os agentes que o prenderam pela imposição da lei marcial em dezembro.

A medida, revogada horas depois, mergulhou o país em uma grave crise política, desencadeou um pedido de impeachment que agora está sendo analisado pelo Tribunal Constitucional e fez de Yoon o primeiro presidente sul-coreano a ser preso no cargo.

A ordem judicial que permitiu sua prisão expira nesta sexta-feira, 48 horas após sua detenção na quarta-feira. No entanto, os investigadores podem pedir ao tribunal que estenda o prazo em até 20 dias para terem tempo de acusá-lo formalmente.

“Espera-se que o Gabinete de Investigação de Corrupção solicite uma nova ordem de prisão”, reconheceu a equipe de defesa de Yoon nesta sexta-feira.

Os agentes deste gabinete, que lidera a investigação sobre a suspeita de insurreição, convocaram o líder para interrogatório na manhã desta sexta-feira, informou a agência de notícias sul-coreana Yonhap.

No entanto, seu advogado Yoon Kab-keun disse à AFP que Yoon se recusou a comparecer perante os agentes.

Outro de seus advogados, Seok Dong-hyeon, disse aos repórteres que seu cliente já havia explicado a sua posição aos investigadores e que não havia razão para responder às suas perguntas.

Após sua prisão na quarta-feira, Yoon foi interrogado por várias horas, mas invocou seu direito de permanecer em silêncio.

Durante semanas, o líder conservador evitou a prisão, escondendo-se em sua residência em Seul, protegido pelos serviços de segurança presidenciais e por centenas de apoiadores.

Membros armados da guarda presidencial impediram uma primeira prisão em 3 de janeiro. Na quarta-feira, centenas de policiais e agentes anticorrupção invadiram sua residência e conseguiram prendê-lo.

Mais tarde, Yoon disse que concordou em cooperar com a prisão para evitar um “derramamento de sangue”.

O líder também é alvo de um processo no Tribunal Constitucional, que deve decidir se ratifica ou rejeita o pedido de impeachment aprovado pela Assembleia Nacional.

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