Nesta quarta-feira, os mercados globais voltam suas atenções para a divulgação da inflação ao consumidor (CPI) dos Estados Unidos referente a dezembro. As projeções apontam alta de 0,3% em relação a novembro e de 2,9% na base anual. À espera do indicador, os índices futuros americanos apresentavam ganhos pela manhã: S&P 500 avançava 0,18%, Nasdaq subia 0,24%, e Dow Jones registrava alta de 0,22%.
A grande questão para investidores é se o CPI mostrará alívio na pressão inflacionária, o que poderia permitir ao Federal Reserve (Fed) prosseguir com a flexibilização de sua política monetária. Apesar disso, o banco central já sinalizou que interromperá os cortes de juros caso considere necessário.
Na última terça-feira, o índice de preços ao produtor (PPI) dos EUA surpreendeu positivamente, com alta mensal de 0,2% em dezembro e avanço anual de 3,3%, abaixo das expectativas de mercado. Essas leituras, combinadas com dados robustos do mercado de trabalho divulgados na última sexta-feira, reforçam um cenário de cautela.
Hoje, o Livro Bege do Fed, que traça o panorama econômico de cada distrito, será divulgado, assim como os estoques semanais de petróleo. Pela manhã, as cotações internacionais da commodity registravam alta: Brent subia 0,19% e WTI ganhava 0,25%.
No Brasil, o governo debate possíveis vetos à Reforma Tributária, cuja sanção deve ocorrer até amanhã. Além disso, o IBGE divulga o Índice de Atividades do Setor de Serviços, enquanto à tarde serão apresentadas as contas do Governo Central. Esses dados são cruciais para avaliar o desempenho da economia brasileira.
O dólar encerrou ontem em queda de 0,85%, cotado a R$ 6,0458, refletindo expectativas de uma política tarifária mais suave nos Estados Unidos e o PPI americano abaixo das previsões. Já o Ibovespa avançou 0,25%, aos 119.299 pontos, impulsionado pelos papéis da Vale, que subiram 0,66% devido à valorização do minério de ferro na China.
Por Thiago Lira – Economista e especialista em análise de dados.